domingo, 17 de julho de 2016

Feito ilha

Eis que estou aqui. Só.
De novo o barco sem rumo, 
à deriva. 
No peito eu carrego um nó. 

E a correnteza do rio que molha meus pés 
me leva até a foz do meu corpo,
que é filho d'água,
deságua em outro corpo que também é meu. 

Porque o leito que acolhe o rio é berço,
acalenta o meu caminho, 
nascente de mim, enchente de mim, 
estiagem de mim. 

Destino. 

E eu ali, parado, 
feito ilha. 

Um horizonte ao meu redor.


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