quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Poesia perdida

Parte teu peito em pedaços e joga teus restos nas margens desse rio de águas profundas em que te banhas.

Nada contra as correntes, deixa por lá esse amargo que ainda habita na tua boca quando fala, quando afoga, quando traga e vem me dar um beijo.

Mata esse desejo.

Solta esse teu corpo tão fechado em cima do meu corpo tão cansado e vem com calma.

Deságua tua alma em meus abraços e confia nos meus olhos de farol.

Vem ser meu guia na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, vem correr perigo, vem ficar comigo.

Vem.