A madrugada chega.
E com ela, o silêncio que faz a gente se desligar de todas as coisas e baixar as armas, retirar as máscaras, esquecer de tudo.
Luzes que se apagam, casais que se deitam, amores rarefeitos, beijos mais que perfeitos, desejos expostos e um certo cansaço no ar.
Janelas se fecham, alguns olhos bem abertos, insônias, sonhos, outros céus que se revelam em estrelas, Marte, Vênus e o balé da lua seduzindo as horas à espera do sol.
A madrugada gosta de me bolinar. Passar as mãos sobre o meu corpo, roçar a língua na minha língua, a pele na minha pele. Não faz cerimônia, fica comigo, escreve, rabisca, me enche de versos, estrofes sem fim. É meu prazer e minha interseção, dia após dia, é minha palavra em linha reta, minha inspiração.
A madrugada é breve e a vida passa mesmo num instante.
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