Amei quem não devia, mantive chamas acesas, brinquei noites e dias.
Na cidade sem esquinas rascunhei versos impublicáveis, rompi com esquemas,
me despi dos problemas, fui do céu ao inferno.
Tudo do jeito que eu bem entendia.
É que eu trouxe comigo a poesia.
Espalhei aqui muitas das minhas estrofes,
reescrevi meus parágrafos, me deixei levar por outros versos
sem nem sequer saber para onde eu ia.
À minha frente há luz e sombra, eu sei.
Acima, o Altíssimo camuflado desse azul tão claro, tão raro, que ora me cega.
Abaixo, o fosso, a fenda no caminho, feito um hiato-tempo-espaço sob meus pés castigados pela seca.
Ao redor é tudo barro, algumas frases mal escritas, tantas árvores retorcidas, passado, presente, vida, pó.
Lá fora é muita gente.
Dentro é sozinho.
(A estrada é de cada um)