Eu quero versos,
eu quero rimas,
quero esquecer o certo
em meio a linhas distorcidas.
Quero errar o tom,
acelerar na curva,
bailar descalço
enquanto cai a chuva.
Desbravar o céu,
me perder no ar,
pular da ponte,
na beira do mar.
Nesse mar gigante,
onde chega o rio
e a correnteza limpa,
lava o meu corpo.
Esse rio que chega no mar
já não é o mesmo rio.
Porque o rio passa,
e eu já não sou o mesmo,
muito embora o corpo,
perdido nas ondas,
em busca do gesto,
em estado de graça.
Os bons versos que me carreguem.