Entretanto eu continuo vivo.
Mesmo que não exista mais razão
para que todos lá fora
afiem suas lâminas
e mirem em minha carne,
eu continuo vivo.
Por que sangra em mim todas as feridas
de um mundo que se desfaz em chagas
abertas na dor sem sentido?
A espada que me corta.
O tiro certeiro em minha testa.
A festa de despedida.
Eu continuo vivo.
Entre tantos que não acreditam
e que me fitam.
Incrédulos.
Pobres.
Coitados.
A mim dói muito mais que a eles.
Porque são todos cegos,
presos em suas cavernas,
submissos às menores vontades,
alianças do inimigo comum.
Porque a vida é um infinito de vaidades
enterradas a sete palmos de meus versos.
Aqui jaz não eu,
mas você,
que jamais saberá de mim.
Muito embora eu continue vivo.
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