sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Preferências

Gosto do sorriso largo daqueles que mostram o siso sem receio,
Dos que gargalham e se encontram imperfeitos por inteiro,
sem medo.
Distancio-me do que fere e reflete a alma cheia de espinhos
que afasta, repulsa, expulsa de mim a alegria
rouba-me dia a dia.
Inquieto, fico em silêncio durante a noite que revela minhas sombras
Até deixar-me sem pudor entre tantas dores
de amores.
Danço conforme a música que eu ouço do samba das meninas
E da falta que me consome o compasso em que tropeço
um gesto em falso.
Um corte que não cicatriza na ferida exposta que ainda sangra,
No talho profundo do que sinto de saudade do que falta
do vazio.
Do oco.
Do eco.
Do louco que reverbera em mim
E grita palavras de ordem desordenadas em frases sem destino,
Buscando o verbo solto entre conjugações perdidas.
Qual a forma mais bonita.
Sonoridade.
Plasticidade.
Estética perfeita
Do amor desfeito entre lençóis e o suor da carne que arde
Por quem queima a brasa dos que se iludem
e jamais esquecem.
E erram.
E não se escondem.
E se entregam com fé
Porque sabem que é preciso vestir a fantasia da vida
e sair por aí.
Despidos de si.

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