
Ainda bem cedo percebi que tem gente que não sabe doar.
Só mais tarde me dei conta que eu também não sabia.
Eu não soube lidar.
Eu não soube sequer entender o que eu era.
Quisera eu compreender.
Quem dera.
Algum tempo depois aprendi que é preciso dividir para multiplicar.
E me troquei por mais de mil pedaços.
Distribuí salivas em milhões de beijos.
E me perdi na conta e no suor dos seus abraços.
Até me juntar por inteiro.
E de novo repartir.
Incessantemente.
Misteriosamente então parti.
Furiosamente me joguei sem saber por onde ir.
Silenciosamente vi a ciranda que não para.
Eu entrei na roda, eu rodei na gira.
Eu virei criança.
Recriei versos com as rimas que eu trazia da minha infância.
Eu me reconhecia.
Era eu ali.
Bem perto.
No sentido daquelas palavras.
No arfar daquele peito.
No eco de tantas vozes.
Por dentro, por fora e ao redor de mim.
Porque eu só sei fazer poesia.
Lindo!
ResponderExcluirInspirador, profundo e sensível!!
ResponderExcluirPara poucos....
bjs
Belo e inspirador ;)
ResponderExcluirprofundo..nos faz refletir e nos doar mais...lindo.
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