quinta-feira, 5 de novembro de 2009

O vazio, a dança, o Bem e outros bichos na minha cabeça.


Perdi a conta dos dias que não dou as caras aqui para escrever minhas bobagens. De vez em quando tenho dessas coisas. Desapareço. Ninguém me encontra. Nem eu. Parece que falta inspiração e a tela em branco do processador de word que praticamente carrego em mim é a última coisa que quero ver na minha frente. São dias em que somos _ eu e o tal processador _ como inimigos mortais, daqueles que um não pode esbarrar no outro. Isso é normal, eu já li por aí. Outro dia mesmo um cara que está lá no meu FB como meu amigo mas, aqui pra nós, nem é, revelou sofrer deste mesmo mal. E olha que o cara é talentoso, tem umas ideias ótimas, carisma, tio famoso e tal, mas sofre da mesma paranóia que eu e muitas vezes se vê impotente diante da obrigatoriedade de criar. Seja esta obrigatoriedade fruto de prazos estabelecidos mediante contratos profissionais ou não. Quantas vezes fui brifado com semanas de antecedência e o briefing lá, martelando na cabeça dias e dias e a danada da ideia só se concretizou praticamente em cima da hora? Criar é o maior estresse. E ter de criar é mais estressante ainda. Atualmente eu não tenho tido a obrigação de criar nada. E nem quero ter. Mandei tudo o que me estressava às favas e no meio disso percebi que eu posso ser muito mais criativo dando novos rumos à minha vida. Ando em busca da metamorfose. Pra ser mais exato estou no olho do furacão de uma. A primeira que não me deixa esquecer da lagarta que um dia eu fui ou que sequer deixarei de ser.
Estou em falta com uns amigos. O Romano é um deles. Temos um projeto valioso em mãos e não tenho encontrado tempo para me dedicar a ele da maneira como deveria. Falta ainda desenvolver pequenos detalhes, uns poucos ajustes mesmo, mas é coisa simples. Eu e ele sabemos disso. Mas por conta desta tal metamorfose resolvi encarar um curso todos os sábados deste mês de novembro. É um curso que se eu quiser realmente me dar bem no final preciso me dedicar bastante, inclusive _ e principalmente, eu diria _ durante os outros dias da semana. Daí que não tem me restado mais tempo para quase nada.
Para completar tem o Bem, um cachorro vira-latas bonitinho pra caramba que meus filhos ganharam mas que eu me apaixonei de cara. Domingo agora faz uma semana que ele chegou. Meu filho mais velho foi quem trouxe. Veio de Cabo Frio. As crianças estão em polvorosa desde então. É um tal de Bem pra cá e Bem pra lá que o pobre do cachorro, quando pode, escapa pra trás de um móvel ou pra um canto na varanda e dorme profundamente. Adora meu pé. Lambe meu dedão com uma categoria que eu vou te contar. Quando os dentes começarem a crescer pra valer é capaz de arrancar minha unha. Vou precisar ter cuidado. Por enquanto quase não come. Bom também que quase não caga. Terça-feira amanhecemos todos no veterinário. Tomou comprimido contra vermes e já está encarando tratamento contra uma otite leve. Ele não gosta nem um pouco quando a gente pinga o líquido dentro de seu ouvido. A gente não gosta nem um pouco de ter de limpar o cerume fedido com cotonetes. É manso até dizer chega. Veio com algumas pulgas que já foram devidamente expulsas. Ainda não latiu. Dorme sozinho na varanda numa boa. Só descobri isso depois de duas noites mal dormidas com ele dentro de casa. Odeio murrinha de cachorro. Hoje dei umas borrifadas de Bom Ar na sala e nos quartos antes de sair.
Fui na abertura do Festival Panorama de Dança ver o Ballet de Lorraine. Bacana. Mas sabe como é espetáculo de dança contemporânea, né? Como bem lembrou meu amigo Raul, é muita malha transparente, fragmentos de música e luz acesa para provocar e/ou constranger a plateia. Mas vale a pena conferir a programação. No site tem tudo, vai lá: http://www.panoramafestival.com/. Depois, uma festinha animada com o povo do festival no Lapa Café, outro lugar que também vale a pena conhecer. Misto de bar, boate e galeria de arte, serve várias marcas de cerveja. Bebi algumas e não paguei caro não. Voltei pra casa de táxi por conta da Lei Seca. Com quantas blitzes eu esbarrei? Nenhuma. No mais, tá um calor senegalês por aqui!

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