sexta-feira, 20 de março de 2009

Encurtando distâncias


Desde que eu comecei a sentir o peso da idade chegar mais perto parece que todo o resto ficou mais longe. Se aos vinte e poucos anos eu achava tranquilo me locomover do Méier ao Leblon de ônibus a hora que fosse, hoje em dia, aos 40, penso duas, três, quatro vezes antes de sair de casa, mesmo que de carro.

Sinto falta dos meus amigos, isso é verdade. Hoje mesmo Fred e Raul me ligaram logo cedo para ver se rolava da gente se encontrar. Não rolou. Quem sabe semana que vem? Hoje também falei com o Henrique, outro grande e velho amigo com quem já não me encontro desde dezembro, quando minha turma de faculdade resolveu comemorar os 20 anos de amizade. Por sorte temos email e telefone celular que é pra distância ficar menor. E mesmo assim muitas vezes falta tempo pra gente escrever umas poucas linhas ou dar um alô.

Isso tudo me lembra um filme que vi há mais de uma década, "Denise está chamando", onde os personagens, todos amigos, não tinham mais tempo para se encontrar e só se comunicavam através de telefonemas e mensagens eletrônicas. Não havia mais tempo para uma conversa fiada cara-a-cara ou um encontro de fim de tarde num barzinho qualquer. Todos eram too busy, isolados e distanciados pelo sistema. E tudo isso ainda soa muito estranho pra mim.

Mas pode ser que com o tempo passando e a idade se aproximando cada vez mais rápido eu me acostume com tudo isso. Pode ser até que eu me isole e que só me comunique com o mundo através do meu lap top. Pode ser...

2 comentários:

  1. Caro Marcio Allemand, você é um jornalista e fofoqueirinho de plantão, mas eu te adoro e sinto saudades de vc! bjo, amiga Rô :)

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  2. Denise está chamando é um filme excelente, vi na mesma década atrás. Bjs.

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