quinta-feira, 30 de julho de 2015

Âncora

Há um imenso oceano lá fora
e a saudade ancorando dentro de mim.

Ondas que batem nas margens,
as minhas,
meus pés sujos de areia
se desfazendo em grãos
por onde pisei.

Nas estradas de onde eu vim,
meu céu de estrelas,
minhas flores,
de todas as cores.
O mais bonito jardim.

Marco encontro com minhas esquinas
meus desvios, curtos-circuitos,
passagens subterrâneas,
e me perco nas imagens presas na retina.
Cortina da fumaça que enche meus pulmões.

Ora sou o copo d'água que me afoga
antes de matar minha sede.

Ora sou a correnteza que me abraça
sem licença e me carrega.

Ora sou o vento que sopra minhas velas ao mar.

Oceano, saudade e âncora.

Tudo isso dentro de mim.











 
 












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