sábado, 13 de setembro de 2014

Palavra

Quisera eu que a palavra fosse simples palavra,
um substantivo concreto escrito em linhas tortas,
um rabisco em círculos na parede fosca,
um som, um verbo, um grito que sai da minha boca.
Quisera.

Tomara ela fosse palavra solta,
dessas que o vento faz que traz e noutras vezes carrega.
Palavra ventania. Palavra tempestade.
Palavra atemporal.
Tomara.

Quem dera essa palavra fosse pressa,
e ficasse presa em minha garganta,
deixasse algumas frases incompletas,
e uma ou outra oração sem o sujeito.
Seria perfeito.

Quem sabe fosse então palavra de honra,
um compromisso que se assume verbalmente,
o juramento que se fez um dia por escrito,
o documento, só o que vale, tudo aquilo que já foi dito.
Só isso.


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