sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Amor de menino

Dorme, menino bonito, dorme. 
Deixa o seu corpo arriar, 
que o que eu guardo em mim é o pouso infinito,
feito o céu que se desmancha em azul 
na superfície inquieta do mar. 

Esse mar que jamais descansa, 
que balança nas ondas da praia 
num eterno pra lá e pra cá. 

Esse mar de ressaca e esperança. 
É só o mar de quem sabe o que é amar. 

Sonha, menino, sonha.
Deixa o inconsciente chegar, 
que eu trago em meu peito os delírios mais lindos, 
desses que nos dão asas e brilho
e por aí evaporam, nos deixam soltos no ar.

Toca, menino, toca
com todos os seus anseios o meu coração, 
diz que jamais vai embora,
repete baixinho aqui no meu ouvido 
que nesse mundo a gente não se perde mais não.

Deixa, menino, deixa 
eu tentar fazer o que eu ainda não fiz. 
Deixa o tempo dizer e mostrar 
que é mais do que hora de saber ser feliz.

Fica, menino, fica 
comigo na minha vida, 
seguindo na mesma estrada, 
dedilhando as cordas numa outra lira. 

Faz de mim teu único instrumento, 
costura na minha carne todos os momentos, 
esculpe, molda, talha, nó.

Te amo, menino, te amo.

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