terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Eu nada sei

Porque eu não sei de nada e você também vive no escuro.
Tão às cegas, tão alheio, tão não sei quê de mim que nem sei.
Certas horas tudo é tão complicado que o mundo parece que está todo errado, meu Deus.

A mentira que eu conto, a verdade que você esconde,
o tanto que eu procuro e não encontro, sem jeito,
um sujeito oculto e no outro, explícito, tão eu.

A face que reflete no espelho não é a minha, mas sou eu quem crio.
Tal qual a arte que trai e fere luminosamente minha retina,
ou o traço que desconheço, feito sombra que se arrasta num final de dia.

A luz que invade por detrás da cortina da sala
ilumina exatamente o verso que eu tento eternizar em minha pele.
É quando eu desconfio que nas minhas veias correm rimas soltas.

É só uma leve desconfiança.
Daquelas que se tem quando ainda se permite ser criança.
Porque o certo mesmo é que eu não sei de nada.

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