quarta-feira, 11 de março de 2009

Um homem e dois corações


Morre o homem com dois corações. Esta era a manchete da notícia que acabei de ler na internet. Foi em São Paulo, onde o tal homem havia se submetido a um transplante para receber um coração de doador, que funcionaria ao lado do original, já comprometido, porém ainda com batimentos.


A história da doença do homem não tem nada de romântica e muito menos engraçada. É trágica e tão cheia de complicações que até mesmo os médicos se enrolam para explicar. O que me chamou a atenção foi o fato do homem ter dois corações e se isto o conferia a qualidade de saber amar mais que eu, que só tenho um coração. Ou mais que você. Ou mais que todos nós.


É claro que parto de uma enorme licença poética para pensar assim. Além do mais, não sei se já te disse, mas antes de qualquer coisa eu sou poeta. E nós, poetas, amamos demais e então nossos corações batem num ritmo diferente. Daí que quando eu li a manchete imaginei logo a história de um poeta que amava mais que os demais porque tinha dois corações. E aquele poeta havia morrido porque os dois corações transbordavam tanta emoção que esta mesma emoção acabou com a sua razão. E não há desculpa quando a gente perde a razão.

Mas e nós, poetas, precisamos mesmo da razão?

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