sábado, 3 de junho de 2023

Encruzilhada

Hoje sou minha própria estrada. 

Vê, tenho cá meus pés sujos do barro desse chão batido, trago o que há de mais bonito aqui por dentro, chega mais perto, sente esse vento soprando manso na alvorada do meu corpo e o vendaval nas curvas do meu caminho. 

Faz silêncio, senta aqui e escuta: acho que nunca te contei das vezes em que fui ilha e também encruzilhada. 

De quando desbravei mata virgem ou do tempo que conheci terra arrasada, bicho homem, bicho menino, meio sem rumo, meio sem nada. 

Porque minha vida nunca teve atalho. Eterna batalha interna entre a luz e a sombra, mão direita carregando a cruz, no meu peito eu enterrando a espada. 

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