Havia muito tempo ela já estava ali.
Ele também.
Mas ambos cegos.
Foi preciso um sopro de vento que lhes desembaçasse a visão e levantasse o véu das nuvens.
Alívio no peito, alegria na alma, perderam o chão.
A emoção era tanta que não cabia mais.
A madrugada fora a única testemunha.
Os dois com o coração em festa, a desnudar segredos, arrepiar os pêlos e umedecer a pele em silêncio, na sutileza do toque, quase uma prece.
O verdadeiro amor é sagrado.
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