Deitar no chão da sala e me encolher.
relembrar o útero,
fazer do meu abraço em mim um ninho,
passarinho que sou,
bem-te-vi.
Voar para perto de mim.
Meus braços-galhos, pés-raízes,
frutos espalhados pelo chão
e o nó na minha garganta, tronco-árvore,
corpo estendido, despido, germinando,
plantação.
Encher de terra as minhas mãos.
Cavar até as entranhas,
procurar o lado mais profundo,
descartar o raso, semear o riso fácil,
sou sujeito simples,
fecundo.
Semente de mim.
Nenhum comentário:
Postar um comentário