Ainda ouço o grito dos aflitos
e o eco que se forma no vazio que há em mim.
Às vezes sou como a sombra mal projetada na parede úmida,
a linha mal escrita no papel barato,
a ferida na carne escura que teima em sangrar meu peito.
É quando tudo dói.
Eu vejo todos os meus abismos e cerro os olhos.
Aqui dentro é só escuridão e eu sinto medo,
Fico mudo, quieto, estou nu pelo avesso
E já não entendo nada muito bem.
Nem eu nem você.
Nem ninguém.
Os verbos que já não conjugo,
O versos que me abandonaram,
As frases feitas que eu esqueci,
O rumo que se perdeu.
E eu continuava ali.
Sem saber por quê.
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