sábado, 26 de dezembro de 2009

Receita de última hora ou o bacalhau da Célia


Conheço gente que só de ouvir a palavra sogra se arrepia dos pés à cabeça, sente náuseas, muda o humor e o escambau. Eu não. Minha atual sogra, aquela lá do episódio da porta do banco que já postei aqui, é gente boa até dizer chega. Nunca se meteu na minha vida, sempre me tratou muito bem e apesar de termos morado sob o mesmo teto durante quase 7 anos, nunca tivemos um arranca-rabo sequer. Tudo bem que o apartamento era um verdadeiro latifúndio e a gente só se esbarrava na hora das refeições, mas mesmo assim, foram quase 7 anos de convívio pra lá de harmonioso. E, cá pra nós, quem é que nunca ouviu histórias de genros que detestam as sogras ou noras que sofrem nas mãos das mães de seus maridos?


Quem me conhece sabe que eu estou casado pela segunda vez e que a sogra a que me refiro é mãe da minha atual mulher, mas a minha ex-sogra, mãe da minha primeira mulher, também não era de todo ruim. Nunca moramos sob o mesmo teto, é verdade, e acho que se isso tivesse acontecido ou eu ou ela não estaríamos vivos para poder contar esta ou outra história qualquer. Até porque, tanto eu quanto ela somos geniosos, temperamentais e, por que não?, explosivos. Sorte que meu primeiro casamento não durou muito e o tempo fez com que só as boas lembranças ficassem guardadas na memória. Pelo menos na minha. Eram muitas piadas, muita animação, muita alegria, um certo escracho e as gargalhadas, tanto as minhas como as dela, que ecoam na minha cabeça até hoje. Fora os palavrões que aprendi com ela que, juntos, não caberiam neste post. Melhor assim.


Mas já que estou falando só das boas lembranças, esta semana que passou, fiquei na dúvida que tipo de bacalhau eu ia fazer para a ceia do Natal. O com batatas, cebolas e pimentões amarelos e vermelhos já faz parte da tradição e não pode faltar, só que eu queria uma outra receita, uma receita surpresa. Ano passado fiz um com purê e catupiry, que ficou sensacional, mas eu não ia repetir. Foi então que lembrei da Célia, minha ex-sogra, e do bacalhau que ela sempre fazia. Nunca mais esqueço da primeira vez que provei. Foi amor à primeira garfada. Daí que eu não pensei duas vezes e mandei um scrap pra ela via orkut solicitando a tal receita. Ela de pronto me respondeu e mandou a receita pelo meu filho, o número 1, que é seu neto. Como eu sou gente boa pra caramba vou socializar a receita com vocês. Afinal, daqui a poucos dias teremos a festa de Réveillon e quem sabe vocês não se animam a testar uma receita diferente? Eu chamo de "Bacalhau da ex-sogra", mas se vocês quiserem podem chamar de "Bacalhau da Célia" e fica tudo certo. Lá vai:

Ingredientes:

1/2 kg de bacalhau dessalgado e desfiado
1/2 kg de grão de bico (cozido e de molho de véspera)
1 lata de creme de leite com o soro
1 garrafa pequena de leite de côco
1 cebola grande ralada
3 dentes de alho
1 tablete de margarina
queijo ralado

Modo de Fazer:

Bata a cebola e o alho no processador e refogue numa panela funda com a margarina; coloque o bacalhau desfiado e mexa bem; jogue o grão de bico já cozido e escorrido e mexa bem; coloque o leite de côco e o creme de leite (nesta ordem) e espere levantar fervura; arrume tudo num pirex, polvilhe queijo ralado e leve ao forno para dar uma gratinada. Sirva com arroz branco. É fácil de fazer e fica divino. Esperem aí... divino não combina com ex-sogra, né? Então tá. Fica é delicioso mesmo e pronto!

Qualquer dia eu publico aqui a receita de camarão com catupiry que aprendi com ela. Só de lembrar me dá água na boca. Podem me cobrar.

Um comentário:

  1. Oi Marcio!
    Hum essa receita é de dar água na boca! Vou tentar.
    Também não tenho o que falar da minha sogra, é uma mãe!!! Fofa!
    Com isso, vou colocar no meu blog a receita do Risoto de Camarão dela!!! Delícia!

    Se der uma passadinha no meu blog tem algumas receitas interessantes!

    Beijos

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