
Envelhecer não é tarefa das mais fáceis. Dia desses me disseram que quando a gente completa 40 anos parte de nossa essência, aquela que trazemos de herança de nossos pais, se acaba. Acho que é daí que começam os primeiros sinais de que a idade está chegando, junto com a visão que começa a ficar turva na hora de ler uma bula, por exemplo, ou a quantidade de dores que começa a pipocar nas mais variadas partes do nosso corpo. E eu afirmo que envelhecer não é tarefa das mais fáceis porque apesar de nosso corpo começar a dar sinais de cansaço, nossa cabeça parece entrar na sua melhor fase.
Se na adolescência temos todo o vigor para encarar madrugadas na maior das gandaias sem pensar muito no dia de amanhã, anos mais tarde parece que pensar no dia de amanhã e ver de perto o futuro chegar (nem sempre da maneira como imaginamos, é bom lembrar) é o maior dos presentes. Ou, melhor, é a maior recompensa da maturidade.
Os cabelos caem. As marcas da idade aparecem. Tudo ao redor fica cada vez mais veloz. O sono chega mais cedo. As manhãs também. Ficamos mais seletivos. Mais pacientes. Mais generosos. Mais atenciosos até. Perdemos a vergonha porque não temos tempo a perder. Esquecemos as frases feitas. Acumulamos livros na cabeceira. Ouvimos as mesmas músicas. Dançamos cada vez menos e tentamos aproveitar tudo cada vez mais.
A barriga teima em não desaparecer. O metabolismo está mais lento. E junto vem o colesterol, a diabetes, a gota, o reumatismo e as bursites. Mas tudo isso é normal. Faz parte do ciclo da vida. E se compararmos a nossa realidade atual com os tempos dos nossos avós, quando os 30 e poucos pareciam 60 e tal, talvez daqui a poucas décadas comemorar 100 anos seja algo bastante corriqueiro e , por que não?, jovial.
Ainda falta muito para eu completar um século de vida. Para ser mais exato, faltam 60 anos. Não sei se viverei tudo isso. Sei que torço para que até lá a medicina encontre um jeito de fazer com que a minha pele não solte do osso tão cedo. Nem a sua.
e agora ainda tem uma camada de botox entre a pele e o osso...
ResponderExcluirIsso aí, Romando! Que o diga nosso presidente Lula, né não?
ResponderExcluiradorei esse texto! Na parte que fala da liberação das coisas herdadas, fiquei pensando se não seria então uma fase de maior liberdade de pensamento e ação! É, envelhecer não é coisa pra gente frouxa, mas tem lá sua graça!
ResponderExcluirMinha mãe me disse uma vez que a gente só fica adulto quando os pais morrem. Tá começando a fazer sentido pra mim...
ResponderExcluirbom tema, esse, Marcio. Eis um trabalho jornalístico que está por ser feito, sobre o homem de 40 anos. Só se fala de mulher! Beijão!